Obras
Telhado do CTG Negrinho do Pastoreio será reformado
Verba de R$ 200 mil, destinada pelo deputado estadual Gaúcho da Geral, será para a entidade e também para revitalizar a praça de esportes no Loteamento Eldorado
Foto: Jô Folha - DP - Reforma será possível devido a destinação de verba parlamentar do deputado estadual Gaúcho da Geral (PSD)
Quem conhece a lenda do Negrinho do Pastoreio sabe que foram muitas as velas acesas ao longo dos 56 anos do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) que leva o mesmo nome, para este se manter erguido e cultuando as tradições do Rio Grande do Sul. Com a proteção da Virgem Maria, um dos desejos mais antigos da patronagem e de toda a comunidade - de reformar o telhado - foi atendido e, pelas previsões, a partir de janeiro de 2024, a cobertura do galpão, que fica na rua João Gomes Nogueira, bairro Areal, será totalmente substituída. A obra será possível devido a destinação de verba parlamentar do deputado estadual Gaúcho da Geral (PSD), com R$ 100 mil para a entidade e mais R$ 100 mil para a revitalização da praça de esportes do Loteamento Eldorado.
A patroa do CTG, Mara Gislaine Domingues Fernandes, 56, conta que essa não será a realização da atual gestão, mas de várias gestões que batalharam e ainda batalham para manter a estrutura do galpão depois de tantos intempéries do tempo, sendo que o mês de setembro foi o que mais castigou o local. Dentro do salão principal é possível ver as falhas e os furos das telhas, fazendo que em dias de chuva, encharca o salão e o tablado em madeira recém restaurando. As vigas, também em madeira, precisaram ser reforçadas para evitar acidentes. "Nós estamos muito preocupados, pois tem madeiras que parecem estar ocas e ensaiamos aqui no espaço", disse Mara.
Através de um contato em comum, o suplente de vereador pelo PP, Bruno Schwantz, a demanda da patronagem chegou até o deputado e, através de emenda parlamentar destinou R$ 200 mil para dois projetos em Pelotas. "A defesa das tradições gaúchas e o esporte são focos importantes em meu trabalho na Assembleia Legislativa. O CTG movimenta a economia local, o turismo, além de manter viva a cultura do nosso Rio Grande do Sul. E investir em espaços públicos para a prática de esportes é investir na saúde e na qualidade de vida do povo gaúcho. Estas emendas certamente vão ser muito benéficas para Pelotas", ressaltou o parlamentar. A partir de agora, o CTG vai apresentar três orçamentos para que um deles seja aprovado e executado. A obra deve ser acompanhada por um engenheiro da Prefeitura.
Trabalho de gerações
O CTG Negrinho do Pastoreio foi fundado em 29 de junho de 1967 pelas professoras Noeli Canieles, Maria da Piedade e Luisa Valente da Escola Lélia Romanelli Olmos. Primeiro foi um grupo de danças tradicionais gaúchas com os alunos para divulgar as tradições do Estado. A turma cresceu e, com a adesão dos pais, as salas de aula já não comportavam os participantes. Com a ideia de ter um espaço próprio e com a doação pela Prefeitura de um terreno ao lado do colégio, os tradicionalistas mobilizaram-se para erguer o galpão. Pela ligação com a escola o lema do CTG é: "No formigueiro das letras, a tradição se glorifica".
"Eu sou do Negrinho desde do tempo de Lélia. Foi primeira prenda, conheci meu marido, fomos patrões jovens e agora adultos. Estamos na terceira geração, com meu neto correndo pelo salão", conta orgulhosa Mara. Com um telhado reformado, a patroa pretende retomar a parceria com a escola, levando conhecimento sobre tradicionalismo, folclore, dança e culinária. Atualmente o Centro tem grupos de dança pré-mirim, mirim, juvenil, adulta, escolinha e invernada de galpão. Neste período pós pandêmico, Mara quer trazer de volta a comunidade para dentro do galpão, incentivando a participação dos associados e da invernada campeira. Com o telhado reformado, será um atrativo a mais para o público voltar a participar dos domingos crioulos e fandangos.
A Lenda
Reza a lenda que um menino escravizado foi cruelmente castigado pelo seu patrão por ter perdido, durante um pastoreio, o seu cavalo baio preferido. O guri procurou por noites o animal, com tocos de velas nas mãos e não achou. Ele foi chicoteado e colocado junto ao formigueiro. O Negrinho pediu proteção à Virgem Maria e no dia seguinte, o senhor encontrou ele sem nenhum ferimento. Dizem que até hoje o Negrinho é visto pelos campos galopando no cavalo baio iluminado pela imagem da santa.
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